Lucro do BB ultrapassa os R$ 4,9 bi no 1º trimestre de 2021

O Banco do Brasil obteve lucro líquido de R$ 4,9 bilhões nos três primeiros meses de 2021, alta de 44,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao trimestre passado, o crescimento foi de 33%. O anúncio foi feito na manhã da última sexta-feira (7) e, juntamente com os resultados do balanço, o banco enviou aos funcionários um vídeo com seu presidente, Fausto Ribeiro, destacando a importância deles para a obtenção dos resultados.

Em um trecho do vídeo, Fausto afirma que “atrás de cada de cada número de nosso balanço está o esforço de cada um de vocês”, fazendo referência aos bancários. “Neste ponto, concordamos completamente. Os excelentes resultados do banco são frutos do trabalho dos funcionários. Mas, infelizmente, para nós soa como puro marketing, no pior sentido”, afirmou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“O Fausto assumiu dizendo que valorizaria a nós e ao banco, mas nada fez para reverter o processo de desestruturação que levou à queda do seu antecessor. São medidas que reduzem a capacidade do banco cumprir sua função de banco público, que prejudicam estados, municípios e os brasileiros que vivem nestes locais, além de penalizar os funcionários”, completou.

Números da desestruturação

A desestruturação a qual Fukunaga se refere pode ser vista nos dados do balanço, ao se analisar, por exemplo, a relação entre número de clientes, de pontos de atendimento e de funcionários.

Em 12 meses, o número de clientes (correntistas, poupadores e beneficiários do INSS) cresceu 3,7 milhões. Na contramão deste crescimento, estas pessoas viram e sentiram na pele (e nas filas) a redução de pontos de atendimento e de funcionários. O banco fechou 279 agências e reduziu o tamanho do quadro de pessoal em 4.881 funcionários.

Carteira de crédito

Fukunaga diz também que a desestruturação do Banco do Brasil prejudica não apenas os clientes e funcionários, mas sim o país como um todo. “As cidades que perdem sua única agência bancária veem o dinheiro se esvair para outros municípios. O comércio e toda a economia local vão à falência”, explicou.

Mas, o coordenador da CEBB afirma que o prejuízo ultrapassa os limites territoriais destas localidades. “Em municípios com economia predominantemente rural, onde os pequenos produtores da agricultura familiar buscam o crédito do Banco do Brasil para manter sua produção, essa desestruturação pode ser trágica”, disse.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço do primeiro trimestre do banco, ou, se preferir a análise completa feita pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT, com edição SEEB Pelotas e Região

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