Sindicato questiona protocolos de segurança da Caixa

Desde a semana passada, o Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região tem recebido denúncias de clientes e representantes de órgãos municipais reclamando do surto de Covid-19 na agência Simões Lopes, localizada à rua Almirante Barroso, no centro da cidade. O caso, inclusive, já foi encaminhado para ser discutido na reunião sobre a Covid-19, junto à Caixa, por um representante da Comissão de Empresas, e tem sido tratado como prioridade pelos dirigentes sindicais.

Ainda na segunda-feira (31/05) foi realizada a sanitarização do local e o afastamento dos funcionários que testaram positivo para a doença, mas, conforme o Sindicato averiguou, essas medidas, que fazem parte do protocolo de segurança da Caixa, têm se mostrado insuficientes para conter o surto de coronavírus na referida agência.

“Estamos entrando em contato, novamente, com a superintendência do banco, porque consideramos que os protocolos de segurança da Caixa são ineficazes e precisam ser corrigidos imediatamente”, alertou o diretor Sérgio Seus.

Nesta segunda-feira (1/6), o Sindicato retornou ao local, que está fechado desde a última quarta-feira (2/6), e constatou que a agência recebeu mais uma sanitarização, na última segunda-feira (7/6), com novo afastamento de empregados. No entanto, também foi possível identificar que o banco tem agido de forma equivocada na adoção dos protocolos de segurança, principalmente no que diz respeito aos funcionários terceirizados. Situação, essa, que se repete em todas as agência da Caixa, em Pelotas.

Na avaliação do Sindicato, é inadmissível que esta situação se mantenha. “Semana passada, tomamos ciência de que, do dia 28 de maio ao dia 7 de junho, já foram confirmados 10 casos de Covid-19 na agência Simões Lopes. Os casos incluem tanto funcionários efetivos quanto terceirizados, envolvendo desdobramentos de contágio entre familiares destes empregados, o que torna a situação ainda mais grave”, explica o diretor Sérgio Seus.

Protocolos ineficazes

Nesta última terça-feira (8/6), o Sindicato enviou uma nota às superintendências local e estadual da Caixa, alertando para o fato de que, embora os atuais protocolos estejam sendo cumpridos, não têm se mostrado eficazes. A direção do Sindicato solicitou, ainda, esclarecimentos em relação a quais protocolos estão sendo adotados, sobretudo, em relação aos funcionários terceirizados, já que os primeiros casos se deram com esses empregados, e sugeriu que o banco tome como referência os protocolos utilizados nas agências dos bancos privados.

Conforme verificado pelo Sindicato, quando ocorre a notificação de um caso de Covid-19, nos bancos privados, a orientação é para que todos os funcionários da agência sejam testados (incluindo os terceirizados) e afastados por cinco dias (com abono do ponto), mesmo que não apresentem sintomas. Além disso, ao ser identificado um caso entre os vigilantes, toda a equipe de vigilância é trocada. “Explicamos à Caixa que, conforme têm demonstrado estas experiências bem-sucedidas, além da necessária sanitarização do ambiente, todos os funcionários terceirizados precisam ser testados”, salientou Sérgio Seus.

Outra questão importante diz respeito à necessidade do banco respeitar os decretos municipais e as recomendações científicas, não permitindo a realização de trabalho interno enquanto vigorar o lockdown. Conforme verificado pelo Sindicato, no último período em que a Prefeitura de Pelotas decretou o fechamento das atividades não essenciais – de 2 a 7 de junho – a Caixa descumpriu o decreto, oferecendo um risco maior de contágio para os seus funcionários. “Essa decisão contrariou tanto as recomendações do Poder Público local quanto do Comitê Covid UFPel, que alertavam para o aumento expressivo de casos de Covid-19, no município, com superlotação dos leitos de UTI”, reforça a nota enviada pela direção do Sindicato à Caixa.

Redação e arte: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região

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