Diretores do Sindicato paralisam agência do Bradesco em Pelotas
Após diversas tentativas de sensibilizar a gestão do Bradesco a resolver os graves problemas enfrentados por funcionários e clientes da Agência Centro, em Pelotas, diretores do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região tiveram de fechar o local para atendimento ao público, nesta sexta-feira, dia 8 de outubro.
O processo de reestruturação do Banco tem causado problemas em todo o país e, na cidade de Pelotas, não é diferente, conforme explica o diretor do Sindicato, Sérgio Seus. “Estamos sofrendo muito com a falta de funcionários e quem está na ativa está adoecendo”, denuncia o dirigente sindical.
Entre os problemas enfrentados, o Sindicato averiguou que os bancários não têm tido sequer horário de almoço. Além disso, os clientes têm se queixado de aguardar por mais de 1h, nas filas, que se formam na rua, precisando enfrentar o sol e a chuva. Como se não bastasse, em plena Pandemia, o cenário enfrentado, no autoatendimento, é grave, com formação constante de aglomerações mesmo diante da crise sanitária que o país ainda enfrenta.
“O atendimento está péssimo, porque o Bradesco sucateou a parte administrativa, que é responsável por atender um bom número de aposentados, bem como de cuidar dos envelopes, depósitos e caixa. Para se ter uma ideia, hoje, a Agência Centro do Bradesco não tem nenhum Caixa”, denuncia Sérgio Seus.
Demissões
Segundo o diretor do Sindicato, a situação se agravou com a demissão de três funcionários, na semana passada. “Não é possível um banco desse porte, com o lucro que tem, ficar sem funcionários e sem atender os clientes”, critica. Conforme averiguado pelo Sindicato, a Agência Prime está agonizando, sem conseguir nem mesmo dar conta dos telefonemas, o leva ao atraso das tarefas administrativas. “A falta de funcionários ocasiona erros e esses erros levam a demissões”, explica Sérgio.
Os atestados médicos dos funcionários não se resumem à Agência Centro. Em todas as agências do Bradesco, em Pelotas, os bancários têm adoecido pela falta de cuidado do Banco com a saúde de quem está trabalhando, mesmo em um cenário de Pandemia, para gerar cada vez mais lucros para a empresa.
Solidariedade de classe
Para Silviomar Fraga Martins, diretor do Sindicato dos Bancários de Rio Grande, as mais de 8 mil demissões de bancários, em todo o Brasil, desde o início da Pandemia, não pode passar despercebida da população, que, muitas vezes, não compreende o porque da piora do atendimento. “É uma vergonha que o segmento que mais lucra, no país, inclusive durante a crise sanitária, não cumprirem sua parte social e continuarem demitindo”, critica.
Elton Lima, vice-presidente do Sindicato da Alimentação, também questionou a política adotada pelo sistema financeiro, alicerçada no ideário neoliberal, intensificado no Governo Bolsonaro, que tem levado à precarização do trabalho e ao desemprego em todo o país. “Os banqueiros nem mesmo tiveram a sensibilidade de recontratar aqueles que foram demitidos durante o pior momento da Pandemia, levando, hoje, à uma sobrecarga dos que estão atuando nas agências, com crises de estresse e adoecimentos nos locais de trabalho. Mas a gente sabe que as taxas de lucro dos bancos só aumentam e o Bradesco tem sido um dos que mais tem lucrado mesmo diante do cenário atual”, ressalta.
Ao agradecer a solidariedade dos diretores do Sindicato dos Bancários de Rio Grande, do Sindicato dos Metalúrgicos e do Sindicato da Alimentação, que se fizeram presentes no ato desta sexta, o diretor Sérgio Seus reforçou que o Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região seguirá mobilizado até que todos os problemas sejam solucionados. “A Agência será fechada quantas vezes forem necessárias até que a situação seja resolvida”, esclareceu Sérgio.
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Redação e fotos: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região