Bradesco: Sindicatos cobram que bancários não “paguem” por Americanas

Contraf-CUT enviou ofício ao Bradesco (leia na íntegra), na última sexta-feira, solicitando o pagamento integral da PLR aos bancários – teto previsto na Convenção Coletiva de Trabalho, considerando 2,2 salários para todos os empregados e R$ 6.343,89 na parcela adicional prevista – desconsiderando o provisionamento (PDD) feito em virtude do caso Lojas Americanas, que derrubou o resultado do banco no quarto trimestre de 2022.

“A referida solicitação se baseia nos resultados atingidos pelo banco em todo o exercício do ano de 2022, quando se registrou expressivo crescimento, tanto da rentabilidade, quanto no lucro líquido realizado, que atribuímos ao esforço coletivo do quadro funcional em todas as localidades onde desempenham suas atividades”, diz o ofício assinado pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Para Erica de Oliveira, diretora executiva do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e representante de São Paulo na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, não é justo que os bancários sejam prejudicados por conta do provisionamento da dívida das Lojas Americanas com o banco.

“Não é justo com os bancários que ralaram tanto nos departamentos e agências. Eles construíram um super resultado, que foi ‘comido’ por essa PDD. Estão todos muito inquietos e ansiosos. As pessoas têm contas, têm planos. O pagamento da PLR é um momento de reconhecimento por tanto esforço ao longo do ano. Esperamos de verdade que a direção do Bradesco considere nosso pedido”, reforçou a diretora.

Vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis explicou que, nos últimos anos, o Bradesco pagou o PLR antes do Carnaval. Neste, porém, até agora não foi nem divulgada a data de pagamento, o que tem deixado os bancários e bancárias aflitos. “Funcionários do Bradesco merecem respeito, trabalharam o ano todo e construíram um grande lucro para o banco. O problema das Americanas não pode ser usado para diminuir a PLR dos colegas do Bradesco, não podemos ser penalizados pelo erro dos outros. O Bradesco tem que anunciar a antecipação logo e pagar pelo teto”, defendeu o dirigente.

Caso Americanas

De acordo com o balanço de 2022 do Bradesco, “com os recentes eventos envolvendo um cliente Large Corporate específico, ocorridos no início de 2023, a Administração reavaliou os riscos inerentes e, de forma prudencial, provisionou 100% da operação, afetando o lucro do 4T22” .

Apesar de não mencionar o nome do “cliente large corporate”, é muito provável que se trate das Lojas Americanas, que divulgaram ao mercado, em janeiro, a detecção de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores estimadas em cerca de R$ 20 bilhões, dos quais o Bradesco seria uma das principais instituições financeiras afetadas.

“É importante enfatizar que a queda do lucro no quarto trimestre não tem relação com o trabalho dos bancários, que é feito com excelência. Este resultado tem relação sim com a irresponsabilidade de megaempresários – os mesmos que cobram ‘responsabilidade fiscal’ e ‘austeridade’ quando um governo prioriza a população mais pobre no orçamento – e também com a política de concessão de crédito pelo próprio Bradesco. Portanto, não é justo que os bancários arquem com uma conta que não é deles”, conclui a diretora executiva do Sindicato e e representante de São Paulo na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Fonte: Imprensa SindBancários Poa e Sindicato do Bancários de São Paulo

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