Movimento sindical atua contra o assédio pela GDP

Com a nova política de gestão do Banco do Brasil, abriu-se espaço para a discussão da forma como ela tem sido aplicada no Rio Grande do Sul. A partir de diversas denúncias de assédio moral, o movimento sindical passou a atuar em diversas frentes, discutindo com o Banco os desvios que estavam ocorrendo no estado.

Entre a primeira mesa nacional com o Banco, no dia 4 de maio e a última, em 5 de julho, foram tratados diversos assuntos desde as alçadas em que o assédio acontece, as questões específicas da PSO e a devolutiva da mesa sobre Gestão de Desenvolvimento de Pessoal (GDP).

Uma das reivindicações atendidas após muita insistência do movimento sindical foi o reposicionamento da superintendência estadual, que culminou na substituição do superintendente. Porém, a questão do assédio não é pontual, como explica a representante da Fetrafi-RS na Comissão de Empresa do BB, Priscila Aguirres. “Estamos trabalhando para a correção dos diversos desvios que observamos ainda acontecendo”.

PSO 

No que se refere ao PSO – Plataforma de Suporte Operacional, o movimento sindical recebeu denúncias de que estavam ocorrendo alguns desvios, como:

– uso do celular pessoal para contato com o cliente;

– abertura de caixa pelo gerente de módulo frequente;

– política de gestão atrelada a resultados para atendimento de demandas, como planejamento de férias

Após discussão em mesa de negociação, foi definido como encaminhamento o contato com a liderança estadual do PSO, já que as denúncias foram tratadas como casos regionais. “Na reunião com a liderança estadual, recebemos o compromisso de revisão e reforço com as equipes quanto às correções necessárias. Já tivemos alguns retornos relatando que isso já começou a ocorrer e acompanhamos se o acordado será posto em prática”, revela Priscila.

Devolutiva da reunião sobre GDP 

Na última mesa, a expectativa da devolutiva por parte do Banco do Brasil foi frustrada, porque esperava-se discutir com o BB sobre o andamento das denúncias sobre o assédio relacionado à GDP, mas o que ocorreu foi a apresentação da Plataforma Conexão, que nada mais é do que a individualização das metas.

O Banco do Brasil anunciou o Plataforma do Conexão que estende para todos os funcionários do Banco a responsabilidade pelos resultados, segundo o Banco, atendendo um “pedido dos funcionários que ocupam esses cargos”. Também houve uma revisão do modelo que, segundo a empresa, passa a ter um foco no cliente. Além disso, o banco não permite que um gestor possa dar a pontuação máxima para todos os funcionários, numa mesma avaliação. “Ele [avaliador] pode dar nota máxima, dar o mesmo placar de competência, o que limitamos é dar 5 para todo mundo, porque nem tudo mundo desempenha as mesmas competências no mesmo nível”, disse a representante do banco.

“Apesar de o banco ter dito que incluiu escriturários e assistentes, a pedido deles mesmos, o que temos recebido dos funcionários é o contrário: muita reclamação por terem sido incluídos”, destacou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes. “Na nossa opinião, a avaliação deve ser feita pelo resultado coletivo e não individual”, completou, lembrando que há vários tipos de trabalho a serem realizados e de perfis dentro da instituição.

“No nosso entendimento, a plataforma Conexão que foi apresentada, na realidade que enfrentamos em que o assédio adoece, e da GDP sendo utilizada para ameaçar as pessoas que tem comissão, vai ser mais um fortalecimento da gestão por medo. Nosso problema hoje é que a GDP é usada simplesmente pra punir o funcionário que não alcançou o resultado, e não deveria ser assim. Num mundo ideal, onde a GDP de fato avaliasse as competências, não somente resultado, a Plataforma Conexão poderia ser boa, mas não é isso que ocorre, e esse descolamento da realidade é que está dando esse embate entre nós e o banco”, completou Priscila Aguirres.

O banco recebeu as críticas e ficou de reavaliar a modelo que limita a possibilidade de conceder pontuação máxima para todos os funcionários de uma equipe.

Pesquisa

O Sindicato segue disponibilizando à base de Pelotas e Região a pesquisa promovida pelo SindBancários de POA sobre a percepção dos funcionários quanto à GDP, para demonstrar a realidade dos colegas do Banco do Brasil e o impacto do atual modelo de gestão.

Acesse a pesquisa neste link.

Fonte: Imprensa SindBancários, com edição SEEB Pelotas e Região

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