Café com Conteúdo aborda aspectos amplos da saúde física e mental para os bancários
Trabalho frenético adoece cada vez mais os bancários
A pressão, cobrança de metas desenfreadas, o assédio moral adoecem milhares de bancários. Para se ter ideia, 20.192 trabalhadores do setor se afastaram das atividades entre 2013 e 2020
A ganância do sistema capitalista custa muito aos trabalhadores, que adoecem para dar conta da cobrança desenfreada. No mundo, entre 2000 e 2016, doenças relacionadas ao trabalho causaram quase 2 milhões de mortes por ano. No setor bancário, o cenário é bem preocupante e se agrava a cada ano.
A pressão, cobrança de metas desenfreadas, a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e as constantes ameaças de demissões adoecem milhares de bancários todos os anos. Para se ter ideia, 20.192 trabalhadores do setor tiveram de se afastar das atividades entre 2013 e 2020.
E os números podem ser bem maiores, porque muito bancário tem receio de procurar ajuda e sofrer represarias das empresas. Os transtornos mentais e comportamentais são a principal causa dos afastamentos atualmente na categoria. Em 2012 respondiam 12%. Em 2020 por 43% e no ano passado, 57%, aponta relatório da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
Entre os afastamentos, as doenças psicológicas corresponderam a 40% dos benefícios por incapacidade temporária previdenciários e a 57% dos benefícios por incapacidade temporária acidentários. Os dois são semelhantes no valor, no início e na prova da incapacidade laboral. O principal ponto que diferencia um do outro é a natureza acidentária e a estabilidade provisória que o benefício acidentário estabelece ao trabalhador após o retorno ao trabalho.
Ânsia pelo lucro abala a saúde
O desgaste mental dos bancários aumenta dia após dia diante da pressão por metas, prolongamento da jornada, competitividade e assédio. A reestruturação das atividades no setor, com foco maior na lucratividade elevou drasticamente o adoecimento.
Apesar da gravidade, transtornos mentais, como síndrome do pânico, esquizofrenia e depressão, nem sempre são reconhecidas como relacionados ao trabalho e, muitas vezes, geram a demissão do trabalhador. Entre os bancários, os transtornos mentais e comportamentais são a principal causa dos afastamentos previdenciários desde 2013.
Há mais de 10 anos, o índice de afastamentos na categoria era maior em decorrência de LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A incidência das doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo entre os bancários está em queda. Passou de 49% em 2013, para 21% em 2022.
Fonte: SBBA