Sindicato participa de inauguração da Galeria de Lutas do Armazém do Campo

Na noite da última quinta-feira, 18 de janeiro, o Armazém do Campo de Pelotas inaugurou a Galeria de Lutas. Com a presença de diretores do Sindicato, foi realizada uma pequena cerimônia de celebração da parceria histórica entre os movimentos sindicais e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A luta é coletiva, com os trabalhadores e trabalhadoras rurais e os trabalhadores e trabalhadoras urbanos lado a lado na busca por uma sociedade mais igualitária, livre da miséria e da fome na classe trabalhadora.

Por iniciativa do Armazém do Campo, o Sindicato dos Bancários foi o primeiro a receber um quadro com fotos que representam a história de luta da categoria. Posteriormente, outros movimentos sociais e sindicatos devem adicionar peças à Galeria de Lutas. O Armazém do Campo funciona como um espaço de cultura, com atividades semanais, e de democratização do acesso a produtos da reforma agrária. 

Parceria de longa data

A luta conjunta dos movimentos sindicais e do MST é de décadas. A reforma agrária, o combate à fome e a agricultura familiar são pautas que unem os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. “Temos essa parceria histórica com os bancários. Quantas vezes o MST e os bancários estiveram na frente de agência, no pedágio, em acampamentos na beira de estrada… Então isso não está começando agora. O Armazém é só um combustível que revitaliza essa luta conjunta dos trabalhadores urbanos com os trabalhadores camponeses”, enaltece Diego Gonçalves, membro do coletivo que comanda o Armazém do Campo em Pelotas.

A unidade de Pelotas é a décima nona fundada pelo movimento, o que fundamenta a consolidação desta iniciativa pioneira que, há 7 anos, incentiva um processo de consumo consciente e de democratização do acesso aos produtos orgânicos e agroecológicos oriundos dos assentamentos e acampamentos do MST. “Os produtos que a gente vê nestas prateleiras, frutos da agroecologia e da reforma agrária, são uma forma de debater esses temas com a sociedade. Enquanto algumas mídias dizem que o MST, que os movimentos campesinos, que os sindicatos, são baderneiros, a gente demonstra que a luta pela reforma agrária resulta nestes produtos acessíveis e que alimentam a população”, conclui Diego.

O diretor de Comunicação e Cultura do Sindicato, Lucas da Cunha, avalia a importância do Armazém para além da rede nacional de comercialização. “É um ambiente colaborativo, onde se realizam diversas atividades de valorização da cultural local, o que abre mais um espaço para socialização entre os trabalhadores de Pelotas. Convido os colegas bancários a conhecerem o espaço e a conhecerem o funcionamento do MST na prática, além do senso comum e da visão enviesada que a grande mídia promove a respeito do movimento”, valoriza Lucas. 

A diretora Marlise Souza contou sobre a longa relação que tem com o MST, passando por quando tomou conhecimento do movimento, por uma marcha conjunta com o Cpers enquanto ainda era professora e pelos piquetes e diversas ações após a entrada no Banco do Brasil e no Sindicato dos Bancários. “Fiquei muito feliz quando o Armazém do Campo veio pra cá, mas principalmente pelo MST mostrar o que ele tem de verdade. Comida é o que a gente precisa nesse país e trazer comida é a grande missão. Me sinto muito orgulhosa de fazer parte, mesmo que de uma forma pequena, desta iniciativa”, celebra Marlise.

“A busca é por expandir, com políticas de inclusão, a alimentação agroecológica. É um espaço que tem muito a acrescentar à cidade. O Armazém do Campo veio para ficar”, afirma Roger Carré, diretor do Sindicato. O diretor Nathan Irigoyen finalizou celebrando a união entre os trabalhadores e trabalhadoras. “É importante essa união entre os trabalhadores. A nossa força está nisso. A história do sindicalismo no Brasil tem isso como base. Que a gente consiga cada vez trazer mais trabalhadores de outras categorias”, salienta Nathan. 

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