Crateras no pavimento tomam conta da rua Tiradentes
O problema é presente na vida de quem passa pela região há mais de dois anos sem nunca ter recebido manutenções
Buracos nas ruas de Pelotas são problemas cada vez mais comuns na vida dos motoristas em diversas regiões da cidade. No semáforo da rua Tiradentes, esquina com a Gonçalves Chaves, encontram-se dois deles que há mais de dois anos apenas aumentam de tamanho. As duas crateras ficam em frente ao ponto de ônibus conhecido como “parada da odonto” em frente à farmácia Panvel. Todos os dias, estudantes e trabalhadores aguardam no local para ir às suas aulas, ao trabalho e voltar para casa ao final do dia.
O buraco mais antigo acumula reclamações desde 2022. O que assusta é o seu tamanho: o asfalto que cobre os antigos paralelepípedos se soltou e com o peso dos ônibus, que passam pelo local constantemente, uma grande cratera começou a se formar e aumentar de tamanho. A profundidade do buraco chega a quase dez centímetros e possui mais de um metro e meio de largura. Os veículos de transporte que transitam por ali obrigatoriamente precisam passar pelo buraco ao estacionar na parada. Isso fez com que o peso gerasse um grande calombo logo a frente, tornando a cratera ainda pior.
O segundo buraco é ainda mais problemático por ocupar grande parte da faixa da direita. Isso obriga muitos motoristas a desviarem para a faixa ao lado, arriscando colidir com outro veículo. No entanto, muitos são pegos de surpresa e a consequência são danos severos causados aos veículos. Motoristas que passam pelo local relatam que a parte mais danificada é a suspensão. “A cada seis meses preciso levar o carro no mecânico pra revisar toda a suspensão”, conta Henrique Gomes.
Para os motociclistas as crateras são um sinônimo de insegurança ainda maior. Apesar de ser um grande obstáculo, é difícil notá-las com antecedência porque ficam abaixo do semáforo, primeira e mais importante preocupação de quem conduz pelo local. Passar com as duas rodas no buraco pode desequilibrar o piloto e causar acidentes em razão da perda de estabilidade e de controle.
Quem aguarda pelo ônibus também sofre com transtornos causados pelos buracos. Em dias chuvosos, a água fica acumulada nos buracos e é arremessada nas pessoas. Também há o sentimento de insegurança: em parte causado pelo medo de colisões entre os veículos que desviam dos buracos em zigue-zague, mas também pelo receio de serem atingidos por algum veículo ou por parte dele que eventualmente possa se soltar com o impacto.
Funcionários da Farmácia Panvel relatam que o primeiro buraco está ali há mais de dois anos sem receber manutenção. “Trabalho aqui há um ano e meio e os buracos sempre estiveram ali. Eu nunca vi ninguém da prefeitura fazendo algum tipo de manutenção, de conserto”, conta a farmacêutica Brenda da Silva Campos.
Estacionar o ônibus próximo à parada já não é mais uma opção para os motoristas. A reclamação é de que há anos os dois buracos estão ali e a situação apenas piora. Os veículos do transporte de apoio da universidade federal encontram-se em condições delicadas e passar pelos buracos diversas vezes pelo dia tende a causar ainda mais danos. Com uma frota pequena, deixar um veículo parado para manutenção prejudica diretamente os alunos, que terão menos opções de horário para ir ou voltar das aulas.
Desde que os buracos começaram a aparecer nunca foi relatado pelos moradores da região qualquer tipo de intervenção a fim de resolver o problema. Ao entrar em contato com a prefeitura para cobrar questionamentos quanto à falta de manutenção no local, o órgão responsável não prestou esclarecimentos.
Redação e foto: Ridley Madrid / RádioCom Pelotas