Junte-se a nós em caminhada com direito a desfile de blocos e performances

Com a campanha salarial na reta final, sem que a Fenaban tenha apresentado qualquer proposta de rejuste ou que atenda minimamente as reivindicações da categoria, bancários e bancários de todo o Brasil irão às ruas em protesto nesta quinta-feira, 22 de agosto.

“Estamos em processo de negociação com os bancos há dois meses e até agora a Fenaban não apresentou nenhuma proposta significativa. Não é possível que um setor econômico que está entre os que mais lucra no País, não reconheça os seus trabalhadores como parte responsável por esses resultados”, enfatizou Juberlei Bacelo, diretor da Fetrafi-RS e membro do Comando Nacional dos Bancários.

Em Porto Alegre haverá uma grande caminhada pelas ruas do centro, partindo da Praça da Alfândega, com concentração às 11h desta quinta (22/08). 

A atividade faz parte de uma mobilização nacional para assegurar direitos já conquistados pela categoria e garantir outros, como:

1. Redução das metas abusivas e adoecedoras; 
2. Reforço dos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;
3. O fim da terceirização do trabalho bancário;
4. Jornada de trabalho de quatro dias;
5. Direito à desconexão fora do horário de trabalho;
6. Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
7. Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência;
8. Mulheres na TI;
9. Ampliação do teletrabalho.

Em relação à remuneração, os bancários reivindicam:

1. Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%;
2. Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
3. E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.

Lucro dos bancos

Somente em 2023, os bancos lucraram R$ 145 bilhões, sendo que R$ 108 bilhões ficaram com os cinco maiores bancos do País. A rentabilidade média dos bancos no Brasil é de 15%, contra 6,5% nos Estados Unidos, 10% na Espanha e 9% no Reino Unido. 

Os altos cargos dentro dos bancos possuem remunerações milionárias, enquanto o pessoal que trabalha na ponta e gera todo o lucro fica com o que sobra. 

De 2017 até agora, os bancos reduziram em cerca de 10% as despesas com funcionários, terceirizando o trabalho bancário (para pagar menos), fechando agências e demitindo em massa. O resultado disso é uma má prestação de serviço à população, que tem ficado desassistida em várias cidades por falta de agências ou de funcionários físicos.

Adoecimento

Entre o total de trabalhadores(as) afastados(as) no Brasil por doença mental, 25% pertencem à categoria bancária. 

Uma consulta nacional realizada com quase 47 mil bancários e bancárias de todo o País apontou que 39% utilizaram medicamento para ansiedade ou depressão no último ano. 

No mesmo levantamento, 67% relataram preocupação constante com o trabalho; 60% afirmaram sentir cansaço e fadiga constantes; e 53% disseram que estão desmotivados e não sentem vontade de ir trabalhar. 

Esse quadro mostra claramente a relação direta entre as metas abusivas e o adoecimento da categoria.

Caminhada

Nesta quinta, a categoria bancária promete mostrar a sua força nas ruas. Em uma caminhada com direito a desfile de blocos e performances, trabalhadores e trabalhadoras do setor financeiro pretendem contar à população um pouco do que está acontecendo na campanha salarial e porque lutam por melhores salários e mais justiça social. 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fetrafi-RS

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