Expectativa é de que as chuvas comecem a se afastar de Pelotas nesta quinta-feira (26)

O prognóstico do CPPMet é de que a partir do final da tarde de quinta-feira (26) as chuvas comecem a deixar o município

Ao avaliar a situação da frente fria que estacionou sobre a metade Sul do Rio Grande do Sul, o meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) da Universidade Federal de Pelotas, Henrique Repinaldo, afirmou que a expectativa é de que as chuvas comecem a deixar a cidade de Pelotas nesta quinta-feira, dia 26 de setembro.

Em entrevista ao programa Edição da Manhã, da RádioCom, Repinaldo disse que a projeção é de que o afastamento da frente fria que “estacionou” sobre a região de Pelotas se dê gradativamente, uma vez que ela já está em deslocamento para a zona norte do munícipio. “Com esse movimento, não devemos ter acumulados como os que aconteceram nos últimos dias, mas, ainda assim, entre esta quarta e quinta-feira, podem ser registrados de 60mm a 80mm de chuva em Pelotas”.

De acordo com Repinaldo, o evento que se abateu sobre o município pode ser explicado devido aos bloqueios atmosféricos. “A atmosfera funciona como uma onda. Essa onda normalmente se propaga movimentando as massas de ar. Quando entramos em períodos de bloqueio atmosférico essas massas de ar acabam não se deslocando nem para o norte e nem para o sul, permanecendo estacionadas”, afirma o pesquisador.

A situação descrita por Repinaldo pode ser identificada com o atual quadro na região Sul do Estado. Conforme especifica o pesquisador da UFPel, em Pelotas existe a presença de uma massa de ar quente, ao contrário do que ocorre, neste momento, no Uruguai, onde encontra-se estacionada uma massa de ar fria.

“Elas estão estagnadas, nestes pontos, não abrindo a movimentação, e isso acaba conduzindo um canal de umidade na interface entre essas duas massas de ar. É o que estamos recebendo, aqui, em Pelotas, desde o final do domingo, alimentando estas instabilidades na região. Com a entrada dessa massa de ar fira, na quinta-feira (26), a tendência é que o canal de umidade e as chuvas sejam levadas para a metade norte do Estado”, detalha o meteorologista.

O pesquisador explicou, ainda, que, embora a fumaça dos incêndios que atingem o Brasil não tenha uma relação direta com o impedimento de que a frente fria se desloque da metade Sul para outras regiões do Estado, afeta a qualidade da chuva. “Como temos a presença de fumaça, na atmosfera, a chuva acaba caindo com partículas de fuligem, colaborando para este aspecto mais escuro que estamos vivenciando”, informou Repinaldo. O evento climático descrito pelo pesquisador é o que ocorreu na última segunda-feira (23), quando a impressão foi de que havia anoitecido em Pelotas, ainda por volta das 11h da manhã. Além da tempestade que estava chegando, e já produziria a sensação de um dia mais escurecido, a presença da fumaça contribuiu para esta percepção dos pelotenses.

Redação e foto: Eduardo Menezes

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